Com mais de 167 milhões de pets no Brasil, imóveis
adaptados para animais se tornam não só tendência, mas exigência entre
inquilinos e compradores
O amor dos brasileiros pelos animais de estimação está moldando um novo perfil de moradia. De acordo com dados da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o país já contabiliza mais de 167,6 milhões de pets, sendo cerca de 68 milhões de cães e 33,6 milhões de gatos. Esse cenário influencia diretamente o comportamento do mercado imobiliário, com uma crescente demanda por apartamentos pet friendly, que atendam não apenas aos moradores, mas também às necessidades dos seus companheiros de quatro patas.
Em grandes cidades como Belo Horizonte, estima-se que mais de 40% dos imóveis
alugados na capital mineira já recebem pets, conforme apontam
plataformas especializadas. A seguir, listamos cinco pontos essenciais para
escolher um apartamento ideal quando se tem um pet como parte da família acompanhados
de dados e recomendações práticas do setor.
Regras claras e bem definidas no condomínio
O primeiro passo antes de alugar ou comprar um imóvel é
verificar as regras condominiais. Mesmo em condomínios que aceitam
animais, pode haver restrições quanto ao tamanho, quantidade de pets, uso de
elevadores ou circulação nas áreas comuns. Uma leitura atenta do regulamento
evita problemas futuros, como notificações, advertências ou mesmo conflitos com
vizinhos. De acordo com dados do SíndicoNet, um dos principais portais de
gestão condominial do país, os pets estão entre os três assuntos que mais geram
reclamações em condomínios.
Infraestrutura adequada é um diferencial competitivo
Atualmente, aceitar pets já não é um diferencial — é
pré-requisito para boa parte do público. O que tem se destacado no setor são os
empreendimentos com infraestrutura verdadeiramente pet friendly,
incluindo áreas exclusivas para banho, recreação, bebedouros em locais
estratégicos, canteiros de grama e até circuitos de adestramento.
Incorporadoras de médio e alto padrão já estão investindo nesse tipo de
estrutura como forma de valorizar seus imóveis. Um levantamento da Brain
Inteligência Estratégica aponta que imóveis com áreas pet valorizam até 10%
a mais na revenda ou locação.
Localização também impacta a rotina do pet
O entorno do imóvel faz toda a diferença na experiência com
o animal. Bairros arborizados, com praças, parques e calçadas amplas,
favorecem a prática de passeios diários — fundamentais para o bem-estar dos
cães. Além disso, a presença de pet shops, clínicas veterinárias, serviços
de pet sitter e até cafés pet friendly nas proximidades agrega praticidade
à rotina. Segundo o Sebrae, o Brasil conta com mais de 285 mil empresas no
setor pet, distribuídas principalmente nas grandes regiões urbanas, o que torna
a escolha do bairro um ponto estratégico.
Segurança e layout interno são essenciais
A estrutura interna do apartamento também deve ser pensada
com foco no pet. Sacadas, janelas e escadas devem ser protegidas com redes
ou grades, principalmente em apartamentos altos ou com acesso fácil à rua.
O layout do imóvel, com ambientes amplos e integrados, facilita a circulação
dos animais e reduz o risco de acidentes. Evitar excesso de móveis e optar por
mobília com cantos arredondados é uma boa dica para quem tem pets agitados ou
filhotes em fase de adaptação.
Acabamentos que facilitam a limpeza e a durabilidade
Por fim, o acabamento do imóvel pode ser um grande aliado. Pisos
vinílicos, laminados e porcelanatos são os mais recomendados, pois são
resistentes a arranhões, fáceis de limpar e não absorvem odores. Paredes com
pintura lavável e uso de tintas antimofo também são opções inteligentes para
quem compartilha a casa com animais. Essa escolha reduz a necessidade de
manutenção frequente e contribui para a conservação do imóvel, beneficiando
tanto o morador quanto o proprietário.
Imóveis pet friendly são tendência e também
oportunidade
Com base em todos esses fatores, é possível afirmar que o
perfil pet friendly não é mais nicho, mas uma realidade consolidada no mercado.
E isso impacta tanto locatários quanto proprietários e incorporadoras.
Do ponto de vista de quem aluga, morar em um lugar que acolhe seu pet com
segurança e conforto é um diferencial decisivo. Já para os donos de imóveis,
esse tipo de adaptação pode significar mais procura, maior tempo de
permanência do inquilino e até valorização financeira do ativo imobiliário.
A expectativa é que nos próximos anos, esse tipo de imóvel
se torne padrão, especialmente nos centros urbanos. E diante da realidade de
que o pet é, cada vez mais, considerado um membro da família, adaptar os
espaços para recebê-los com dignidade se torna não apenas uma boa estratégia de
mercado, mas um compromisso com o estilo de vida atual.