Financiar um imóvel: entenda as diferenças, sistemas e como escolher a melhor opção

Diferenças entre imóveis na planta e prontos, sistemas de crédito e faixas do Minha Casa, Minha Vida ajudam a definir o melhor caminho para financiar.

Adquirir um imóvel por meio de financiamento é a realidade de grande parte dos brasileiros. Com a variedade de opções disponíveis no mercado, é comum surgir a dúvida: qual a melhor escolha, um imóvel na planta ou pronto? Além disso, entender os sistemas de amortização, programas habitacionais e tipos de crédito pode fazer toda a diferença na hora de fechar o contrato com segurança.

A principal diferença entre financiar um imóvel na planta e um imóvel pronto está no momento em que o financiamento de fato acontece. No imóvel na planta, a negociação inicial é feita diretamente com a construtora. O comprador paga uma entrada — muitas vezes parcelada durante o período de construção e somente após a entrega das chaves é que ocorre o financiamento bancário do saldo devedor. Já no imóvel pronto, o financiamento é imediato: o comprador assina contrato diretamente com a instituição financeira, paga a entrada geralmente entre 20% e 30% do valor  e começa a quitar as parcelas mensais logo em seguida.

Cada modelo tem suas vantagens. Imóveis na planta costumam ter preço mais atrativo, possibilidade de valorização e maior flexibilidade no pagamento da entrada. Em contrapartida, estão sujeitos a riscos como atrasos na obra e correção do saldo devedor pelo INCC (Índice Nacional da Construção Civil). Já os imóveis prontos oferecem segurança, já que podem ser vistoriados antes da compra, e a entrega é imediata, permitindo a mudança logo após a aprovação do financiamento.

Outro ponto crucial na hora de financiar é a escolha do sistema de amortização. Os dois modelos mais utilizados no Brasil são a Tabela Price e o Sistema de Amortização Constante (SAC). A Tabela Price oferece parcelas fixas ao longo de todo o contrato, o que facilita o planejamento financeiro, mas cobra mais juros no início e tem maior custo total ao final do financiamento. Já o SAC trabalha com parcelas iniciais mais altas que vão diminuindo com o tempo. Essa opção é vantajosa para quem busca economizar nos juros e tem maior capacidade de pagamento no começo.

Além da forma de amortização, é fundamental conhecer os diferentes sistemas de financiamento disponíveis. O Sistema Financeiro de Habitação (SFH) é voltado para imóveis de até R$ 1,5 milhão. Nele, as taxas de juros são controladas pelo governo, e o comprador pode utilizar o saldo do FGTS para compor a entrada ou amortizar o financiamento. Já o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) é destinado a imóveis acima desse valor, com taxas de juros livremente negociadas com os bancos e sem possibilidade de uso do FGTS.

Para quem busca condições facilitadas, programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida oferecem opções vantajosas, especialmente para famílias de baixa, média e agora também da classe média. O programa é dividido em quatro faixas, incluindo a nova Faixa 4, criada justamente para ampliar o acesso ao financiamento habitacional para a classe média brasileira:

  • Faixa 1: Renda até R$ 2.850 ? subsídios de até 95% do valor do imóvel + juros reduzidos.
  • Faixa 2: Renda entre R$ 2.850,01 e R$ 4.700 ? subsídios de até R$ 55 mil.
  • Faixa 3: Renda entre R$ 4.700,01 e R$ 8.000 ? taxas de juros competitivas, mas sem subsídios diretos.
  • Faixa 4 (nova): Renda entre R$ 8.000,01 e R$ 12.000 ? juros entre 10% e 10,5% ao ano, possibilidade de financiar imóveis de até R$ 500 mil, com prazo de até 35 anos e uso do FGTS. Apesar de não oferecer subsídio, a faixa amplia o acesso ao programa para a classe média.

O valor do subsídio nas faixas 1 e 2 varia conforme a localização do imóvel, a renda familiar e as características do empreendimento.

O SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) também é bastante utilizado. Ele permite o financiamento de imóveis com recursos da caderneta de poupança, oferecendo taxas de juros mais baixas, porém com exigências mais rígidas quanto ao perfil do comprador e à regularização do imóvel.

Independentemente do sistema, o uso do FGTS é uma ferramenta importante para quem deseja reduzir o valor financiado. O fundo pode ser utilizado para abater parte da entrada, amortizar o saldo devedor ou quitar prestações em atraso, desde que respeitadas as regras da Caixa Econômica Federal ou da instituição responsável pelo financiamento.

Antes de tomar qualquer decisão, o ideal é fazer simulações em diferentes instituições financeiras. Isso permite comparar prazos, taxas de juros, custos adicionais como seguros obrigatórios e o Custo Efetivo Total (CET), que mostra quanto realmente será pago ao final do contrato.

Por fim, é essencial reunir toda a documentação necessária. Entre os principais documentos exigidos estão:

  • Documentos pessoais: RG, CPF, comprovante de residência, certidão de nascimento ou casamento;
  • Comprovantes de renda: holerites, declaração de Imposto de Renda, extratos bancários;
  • Documentos do imóvel: matrícula atualizada, escritura, certidões negativas e planta aprovada.

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