Inadimplência condominial atinge 11,95% no 1º trimestre de 2025

Alta dos custos e endividamento elevam risco de manutenção e criam demanda por soluções para gestão de condomínios

A taxa de inadimplência condominial no Brasil alcançou 11,95% no primeiro trimestre de 2025, a maior registrada desde 2022, segundo levantamento da plataforma uCondo. (Portas.com.br)
O fenômeno aponta para o forte impacto do aperto no orçamento das famílias brasileiras e da elevação de encargos no segmento de condomínios.

Panorama e fatores de pressão

O aumento do índice de inadimplência acompanha a elevação da média nacional das taxas condominiais, que saltou de R$ 501 no segundo semestre de 2024 para R$ 516 no início de 2025, de acordo com o uCondo.
Outro dado relevante: em setembro de 2025, a inadimplência verificada pelo Grupo Superlógica alcançou 6,80%, a segunda maior média anual.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), via sua Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), 79,5% das famílias possuem compromissos financeiros pendentes; destas, 30,5% estão com dívidas atrasadas.
Especialistas atribuem a situação à combinação de juros elevados, inflação persistente e redução do poder de compra — “quando as pessoas param de pagar as taxas condominiais é porque provavelmente já deixaram de arcar com outras contas”, afirma Léo Mack, cofundador da uCondo.

Impactos para condomínios e mercado de gestão

O aumento da inadimplência pode comprometer a manutenção, reformas e serviços essenciais dos condomínios. A falta de pagamento implica menor fluxo de caixa para limpeza, segurança, manutenção predial e outros itens básicos de gestão.

Em resposta, cresce o mercado de soluções voltadas à gestão condominial e garantia de recebíveis. A Grupo Superlógica, por exemplo, captou R$ 75 milhões em 2021 para o programa Inadimplência Zero, que já garantiu R$ 3,1 bilhões para cerca de 2,1 mil condomínios, cobrando entre 1% e 10% do boleto mensal.
Outra empresa, a LLZ Garantidora, projeta crescimento de 35% em 2025, atendendo cerca de 2,7 mil clientes e prevendo R$ 2,6 bilhões garantidos no ano.

Caminhos para reduzir a inadimplência

Diante do cenário atual, especialistas apontam algumas estratégias para síndicos e administradoras:

  • Planejamento financeiro rigoroso e previsão orçamentária realista;
  • Transparência na prestação de contas, aumentando o engajamento dos condôminos;
  • Adoção de tecnologia e cobrança automatizada, que agiliza notificações e evita atrasos;
  • Parcerias com garantidoras que asseguram o fluxo de caixa mesmo diante de inadimplência;
  • Educação financeira e comunicação constante sobre a importância das contribuições condominiais.

Com a combinação entre gestão eficiente e soluções inovadoras, o setor busca equilibrar as contas e manter o bom funcionamento dos empreendimentos residenciais e comerciais.

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