Número de domicílios alugados cresce 45% em oito anos no Brasil

Dados do IBGE mostram avanço expressivo da locação e mudança no perfil da moradia

Tendência reforça expansão do mercado de aluguel e reduz participação dos imóveis próprios

O Brasil vive uma transformação silenciosa, mas significativa em sua dinâmica habitacional. Entre 2016 e 2024, o número de domicílios alugados no país passou de 12,3 milhões para 17,8 milhões, um salto de 45,4% em oito anos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE.

A expansão acelerada fez com que a participação dos lares locados subisse de 18,4% para 23% no período. Em contrapartida, a fatia dos imóveis próprios quitados caiu de 66,8% para 61,6%, revelando uma mudança estrutural na forma como os brasileiros têm acessado a moradia.

Crescimento recente mais intenso

Quase metade desse avanço ocorreu apenas nos últimos dois anos: entre 2022 e 2024, 2,6 milhões de domicílios passaram a ser alugados. O dado confirma uma curva mais acentuada de crescimento do setor, reforçando a importância do aluguel dentro do mercado imobiliário nacional.

Mudanças culturais e demográficas

O IBGE aponta que o aumento não está restrito a famílias em situação de vulnerabilidade. Pelo contrário: a locação cresceu em todas as faixas de renda e regiões do país. Além de fatores econômicos, como a maior facilidade de crédito e a flexibilidade de contratos, especialistas destacam também aspectos culturais e demográficos.

Entre eles estão a expansão das moradias unipessoais — que passaram de 12,2% em 2012 para 18,6% em 2024 —, o envelhecimento populacional e a busca por maior mobilidade, especialmente entre os mais jovens.

Impactos no mercado

Com a locação em expansão, o setor imobiliário se vê diante de novas oportunidades e desafios. O aluguel passa a ser não apenas uma alternativa, mas uma escolha crescente, o que pode redefinir estratégias de incorporadoras, construtoras e imobiliárias.

A tendência também levanta questões sobre políticas habitacionais e sobre o impacto da locação nos padrões de investimento, já que imóveis destinados ao aluguel ganham protagonismo em cenários urbanos cada vez mais dinâmicos.

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